Na véspera da sua morte, D. João II confirmaria, ao filho mais velho do seu copeiro-mor, o castelo de Guimarães e todas as mais tenças e dinheiros que ele da fazenda real tivera (76).
Casou Fernão de Lima com D. Constança de Azevedo, filha de Diogo Lopes de Azevedo, senhor de Aguiar de Pena e S. João de Rei, para o que lhe desembargaram 3000 coroas pagas à razão de 120 reais cada uma (77). Sobreviveu D. Constança, muitos anos a seu marido.
D. João II depois de fazer Fernão de Lima seu copeiro-mor, nomeara-o alcaide-mor e fronteiro-mor e capitão de Guimarães. Depois, fez-lhe mercê das dízimas da mesma vila e concedeu-lhe várias tenças; doou-lhe a terra de São Ceriz e confirmou-lhe as rendas da alcaidaria-mor de Vila Nova de Cerveira, os direitos e as rendas da portagem de Guimarães e fez-lhe mercê das carnes, dinheiros e rendas de Maravide (sic) e Braga e de quaisquer outras coisas «que nós tenhamos e nos pertença haver nas freguesias de que por esta nossa doação lhe temos feito mercê em a vila de Guimarães» (78).
Entre outros filhos, deixou Fernão de Lima, Diogo Lopes de Lima, que lhe sucedeu, Jerónimo e João de Lima, capitão de Calecur, ambos valentes soldados, de cujas façanhas falam os cronistas.
Na linha de Diogo Lopes de Lima ficou o castelo de Guimarães e o senhorio de Castro Daire.
Uma das filhas de Fernão de Lima foi D. Maria da Silva. Esta casou com Francisco Lopes e, deste consórcio, nasceu D. Margarida de Lima da Silva.
D. Margarida de Lima da Silva casou com Rui Mendes de Mesquita. Este Rui Mendes de Mesquita foi à Índia por capitão de uma nau e foi um dos fidalgos que D. João III escolheu para a acompanhar seu irmão, o infante D. Luís, quando foi com o imperador Carlos V à tomada de Tunes. Deste Rui Mendes de Mesquita foram irmãos o grande Diogo de Mesquita, a quem EI-Rei de Cambaia mandou matar com uma bombarda na mão por não querer renegar a fé e fez coisas espantosas ao serviço do mesmo Rei, como se lê na quarta década de Couto, e veio a ser governador de Sofala e Moçambique. Deles, foi também irmão, Manuel de Mesquita, capitão que foi na Índia de Cananor e depois governador de Muna, onde veio a morrer. Um outro irmão deles foi Afonso Pimentel, que morreu sendo governador de Cabo Verde.
(76) A.N.T.T., Chancelaria de D. João III, Liv. XLI, pág. 72.
(77) A.N.T.T., ibid., Liv. XXXI, FI. 70v e Liv. XLI, FI, 81v.
(78) A.N.T,T., Liv. XLI, Fis. 71 e 81.
quarta-feira, 9 de abril de 2008
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